Vitória dos estudantes e profissionais da educação: Inep é forçado a adiar o Enem


Na terça-feira (19/05) o Governo Federal sofreu uma dura derrota no Senado com a aprovação de um PL que determina o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Foram 75 votos contra 1; apenas um dos filhos do presidente votou contra a aprovação do projeto, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Essa derrota foi uma conquista da forte pressão dos movimentos sindicais, estudantis, sociais e da população em geral com a campanha #AdiaEnem. Fruto dessa conquista, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC), foram forçados a publicar ontem (20/05), uma nota em que informam que o exame nacional será adiado "de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais" até então publicados.

“Para tanto, o Inep promoverá uma enquete direcionada aos inscritos do Enem 2020, a ser realizada em junho, por meio da Página do Participante. As inscrições para o exame seguem abertas até as 23h59 desta sexta-feira, 22 de maio”, informou a nota oficial.

O MEC tentou por semanas a fio, por meio de campanhas publicitárias na TV, no rádio e na internet, convencer a população de que os jovens confinados em quarentena deveriam “se reinventar” e “estudar de todas as formas possíveis” para se preparar para o Enem. Os anúncios foram amplamente criticados pelo seu caráter elitista e distante da realidade da maioria dos estudantes brasileiros e também devido a uma narrativa de “meritocracia” e “esforço individual” que desconsiderava completamente as desigualdades sociais gritantes no país.

Como os profissionais da educação já observam com a imposição das aulas remotas nos estados e nos municípios, há uma evidente assimetria de condições de acesso a meios básicos para se estudar em contexto de isolamento social: muitos alunos não possuem dispositivos digitais de qualidade e nem mesmo conexão banda-larga com a estabilidade necessária para conseguir assistir videoaulas e acessar materiais didáticos.

O Sepe Lagos defende a suspensão completa do calendário do Enem, com a interrupção das inscrições e o estabelecimento de novos prazos, que deverão ser estabelecidos priorizando a segurança sanitária dos estudantes e trabalhadores que atuarão na aplicação do exame.

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