Em assembleia online, os trabalhadores da educação da rede municipal de Armação dos Búzios avaliaram os desdobramentos da audiência de negociação com a nova equipe da secretaria municipal de educação, ocorrida na última terça-feira (26). A compreensão geral da assembleia foi de que a Secretaria Municipal de Educação (Semed) adotou uma postura muito inflexível ao dialogar com a comissão de negociação eleita pela categoria, demonstrando claramente que o governo não está disposto a discutir com os trabalhadores a adoção de um protocolo de segurança sanitária que seja claro e realmente leve em conta a realidade de precariedade das escolas municipais e as recomendações das instituições científicas e da área da saúde.
Nem mesmo o básico está sendo garantido, como o fornecimento de todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários para oferecer o mínimo de biossegurança no ambiente escolar para todos os educadores. A Semed, após adiar a audiência que estava prevista para ser realizada na semana passada, nesta reunião reagendada para terça (26) apenas comunicou à comissão de negociação que já estava formulando uma proposta fechada de protocolo sanitário, publicada ao mesmo tempo em que ocorreu uma assembleia da categoria, na mesma terça, durante a tarde, não oferecendo a possibilidade de que fosse feita uma discussão do seu conteúdo com os profissionais da rede antes da sua publicação.
Na audiência a secretária Carla Natália Marinho inclusive portou-se de maneira bastante desrespeitosa com o sindicato, questionando sua representatividade e desprezando o fato de que a Prefeitura de Búzios não investiu nem 1 centavo sequer em obras de adaptação da infraestrutura das unidades escolares para a situação epidemiológica gravíssima que estamos enfrentando com a Covid-19, mesmo passados mais de 10 meses desde o início da pandemia em março de 2020.
Frente a essa inflexibilidade da secretária, e levando em conta a dramática situação da pandemia da Covid-19 no Brasil, que recentemente foi declarado o país que pior tem respondido à crise sanitária, com a situação epidemiológica completamente fora de controle, com mais 220 mil mortos e recordes de números de mortos e infectados sendo ultrapassados quase que diariamente, os profissionais realizaram uma nova assembleia para debater sobre o conteúdo do protocolo sanitário publicado pelo governo e que não atende inúmeras reivindicações dos trabalhadores.
Foi deflagrada, por isso, a retomada da Greve Pela Vida, com a suspensão total de todas as atividades presenciais do conjunto dos profissionais da educação do município e a manutenção do trabalho remoto. A greve tem duração indefinida, até que a prefeitura mude de postura e debata de maneira aberta e transparente as condições de trabalho, o plano de imunização, a realização de testes, os investimentos em infraestrutura, e os protocolos sanitários que serão adotados para a implementação do sistema de ensino híbrido durante a pandemia da Covid-19.
Confira abaixo as principais propostas aprovadas pela assembleia online dos educadores de Búzios nesta sexta (29):
• Greve Pela Vida, com a suspensão total de todas as atividades presenciais do conjunto dos profissionais da educação do município e a manutenção do trabalho remoto;
• Campanha “queremos trabalhar, mas não queremos correr o risco de morte” - exigir que o governo cumpra a promessa de tablets com internet para os alunos (os governos já tiveram tempo para se preparar);
• Recontratação imediata dos colegas contratados para o ensino à distância (o ensino dessa forma é enquanto não temos vacina) depois seguirão;
• Cronograma informando quando serão disponibilizados tablets e/ou computadores com acesso à internet para os docentes e discentes.
• Que a Resolução SEME número 6 de 18 de novembro de 2020 seja respeitada e continue com o efetivo efeito prático, pois a atual Resolução (SEME 02 de 25 de janeiro de 2021) não foi construída de forma democrática. Enquanto a nova Resolução não for debatida com a categoria, a anterior deve continuar em exercício.
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