Atenção ao que virá.

A imprensa divulgou do dia 16/11, a informação do secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, de que existem“120 mil alunos fantasmas” nas escolas estaduais -estudantes que abandonaram as aulas,apesar de estarem normalmentematriculados. O secretário também afirmaque irá corrigir os dados para o próximo ano. O Sepe considera que estes 120 mil alunosque abandonaram as aulas não são“fantasmas” e sim alunos evadidos, e que pormotivos diversos, inclusive sociais,abandonaram as escolas, sem o apoio devidoda Secretaria Estadual de Educação(Seeduc) para continuar os estudos.

O Sepe teme que a afirmação do secretáriode que irá “corrigir os dados” sobre estesmilhares de alunos evadidos pode significar ofechamento de escolas – o próprio secretário confirmou que irá fechar 48 unidadesnoturnas para o próximo ano letivo. Namatéria de hoje, a Seeduc informa que amanutenção destes alunos por ano tem umcusto de R$ 297 milhões – valor este queserá economizado, para o secretário, com ocorte destas vagas.

O Sepe esclarece que é contra o corte devagas e o fechamento de escolasestesdados sobre estes supostos alunosfantasmas têm que ser, portanto,detalhadamente analisados. A rede estadual, tão carente de receitas e estrutura, nãopode sofrer mais cortes nas matrículas e muito menos ter escolas fechadas.

Não que o sindicato seja contra a reorganização dos gastos do governo, tendo em vista uma melhor aplicação do orçamento – o sindicato é contra, isso sim, os gastos indevidos, a malversação de verbas, o favorecimento de empresas, contra o lançamento de notas falsas no programa “Conexão Educação”, a partir de orientaçãoda própria Secretaria, entre outras sérias denúncias contra o governo de Sérgio Cabral trazidas pela imprensa nos últimos anos.

Desta forma, para o Sepe, a solução em relação à evasão de alunos não é o corte de verbas, como pretende a Seeduc, e sim um trabalho articulado entre as escolas e o governo.

Sepe fará campanha e protesto no diia 23/11 contra fechamento de escolasestaduais:

O Sepe, juntamente com os profissionais ealunos das escolas estaduais noturnasameaçadas de fechamento, realizará um ato no dia 23 de novembro, na porta da SEEDUC, a partir das 18h, para protestar contra o anúncio feito pelo secretário de estado deEducação, Wilson Risolia, de fechamento de 48 unidades que funcionam em regime compartilhado com a Secretaria Municipal deEducação (município de dia e estado no turno da noite).

Além do ato, o sindicato vai promover uma campanha intitulada "Fechar escolas écrime", veiculando mensagens contra a política da SEEDUC de extinção de escolasnoturnas em carros de som nas ruas dacapital e dos municípios que também terãounidades fechadas, colagem de cartazes, distribuição de adesivos como slogan contra a medida e publicação de encarte publicitário em um jornal de grande circulação.

Em 2010, o Sepe esteve à frente da luta em várias escolas ameaçadas, mobilizando as comunidades escolares com atos de protesto, reuniões e audiências na SEEDUCpara reverter o processo de extinção deescolas, que ameaçava o ano letivo dosalunos do ensino estadual noturno. A mobilização foi iniciada em meados desteano, quando Risolia anunciou a intenção defechar mais de duas dezenas de escolasnoturnas que atendiam alunos das regiões daTijuca, Rio Comprido e Centro. Graças à mobilização, a secretaria acabou revertendo o fechamento. Em outubro, foi a vez damobilização da comunidade no Colégio Tereza Cristina (Brás de Pina), onde a SEEDUC queria extinguir várias turmas e realocar osalunos há dois meses do final do ano letivo. Depois de vários protestos e reuniões na escola, na Metropolitana local e na SEEDUC, o secretário recuou da decisão e os alunosnão foram prejudicados.

Agora, a SEEDUC volta a atacar o direitos dos alunos à escolas públicas noturnas e ameaça fechar 48 unidades para o ano letivode 2012. A iniciativa faz parte do processo de municipalização e de "otimização" das unidades estaduais e o sindicato e as comunidades escolares não irão permitir quea política de mercantilização da escola pública estadual prejudique ainda mais a educação em nosso estado.

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