Demissões em Arraial do Cabo exigem resistência contra a vingança do fracassado Renatinho Vianna


Nesta quinta-feira o Sepe Lagos e os trabalhadores em educação de Arraial do Cabo foram surpreendidos com a repentina decisão do prefeito Renatinho Vianna (do Republicanos, partido alinhado com o bolsonarismo) de demitir em massa os profissionais contratados. A medida se deu com o encerramento súbito e não planejado do ano letivo de 2020, que por imposição unilateral da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia terminou no último dia 19 de novembro para o ensino fundamental e terá fim no dia 30 de novembro para o ensino médio.

Essa decisão autocrática e absurda se deu sem qualquer tipo de diálogo com os educadores, com o Sepe Lagos, ou com o Conselho Municipal de Educação (CME). Foi “coroada” com a falácia de que esta medida, bem como as demissões em massa, aconteceu de maneira “inevitável” e “por culpa do CME”, devido ao fato de o Conselho não ter validado as atividades remotas implementadas pela prefeitura como carga horária letiva. 

Mas a verdade é que o prefeito fez uma escolha política de “punir” os trabalhadores pela sua derrota eleitoral. Vale lembrar que o CME tentou desde o início da pandemia diálogo com a prefeitura, solicitando dados de acesso às atividades remotas para aferir a adesão dos alunos à ferramenta. Essas informações nunca foram apresentadas pela prefeitura, que atuou para ocultar o fato de que o percentual de alunos que conseguiram realizar as atividades em ambiente virtual foi baixíssimo. Inclusive o próprio Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) também solicitou essas informações. Mesmo assim, ao CME que é um órgão de controle social da educação e deveria ser minimamente respeitado, isso nunca foi apresentado.

Atividades remotas para “fingir” aprendizado e torrar recursos públicos

Inicialmente, estas atividades à distância foram impostas sem planejamento, de maneira improvisada e informal. Não houve diálogo com a categoria e com a comunidade escolar. Os professores foram coagidos, por meio de inúmeros episódios de assédio moral e ameaças, a manter contato com alunos e responsáveis por meio de seus números pessoais de WhatsApp. Passaram-se meses sem que a prefeitura desenvolvesse outra solução para o viabilizar o vínculo com os alunos. Por isso, muitos professores corretamente não aceitaram se submeter a essas condições de exposição e insegurança.

Posteriormente, os docentes tiveram que se adaptar, também à base das ameaças e perseguições, a uma capenga e milionária “plataforma online”. Esta jamais funcionou de maneira satisfatória, embora tenha custado aos cofres da prefeitura 1,098 milhões de reais, num processo de contratação nebuloso. Foram inúmeras as queixas sobre a ineficiência dessa ferramenta, seja por parte dos pouquíssimos alunos que tiveram condições de acessá-la, seja por parte dos professores obrigados a formular conteúdos pasteurizados para postar numa ferramenta confusa e mal elaborada. Essa plataforma serviu mais para garantir vigilância à atividade laboral dos docentes do que para efetivamente cumprir o papel de proporcionar um espaço digital de vínculo pedagógico com os alunos.

Foram por estes e outros motivos que o CME, frente ao total descaso com que a Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia (Semecct) conduzia a educação em meio à pandemia, decidiu não validar estas atividades remotas como dias letivos. Isso de maneira nenhuma significa que o CME “determinou” o fim do ano letivo sem planejamento e de forma abrupta como a prefeitura impôs.

Áudios vazados evidenciam perseguição

A verdade é que Renatinho Vianna e seus lacaios na Semecct e outras pastas da prefeitura estão promovendo uma verdadeira “caça às bruxas”. Estão demitindo contratados e ameaçando atrasar pagamentos de amplos setores do funcionalismo como forma de “punição” pelo não apoio em sua fracassada campanha eleitoral.

Isso ficou muito evidente após o vazamento de áudios de grupos de WhatsApp de pessoas ligadas ao alto escalão do governo. Alguns desses áudios são de figuras que a categoria conhece muito bem e dispensam apresentações. Outros seriam atribuídos à uma pessoa muito próxima do prefeito, que cumpriu papel central em sua campanha eleitoral.

Em todos os áudios ficam expressas as intenções do governo de perseguir e castigar trabalhadores numa revoltante lógica clientelista. Para Renatinho, em troca de seus empregos, os servidores da prefeitura teriam a obrigação de manter lealdade política a um prefeito politicamente falido e investigado por desvios de recursos da saúde pública em plena pandemia. Um governo composto por inúmeras pessoas ligadas a esquemas ilícitos que volta e meia, à boca miúda, chegam ao conhecimento dos trabalhadores e que, nestes últimos quatro anos, foi marcado pela imposição de todos os tipos de abusos e assédio moral que se possa imaginar contra os servidores municipais.

União e luta para derrotar a vingança de Renatinho

Frente a essa vingança vexatória de um fracassado político, o Sepe Lagos orienta que os profissionais da educação atingidos pelas demissões, por atrasos de pagamento ou por outros tipos de abusos e ameaças que cerrem fileiras junto ao seu sindicato. A única maneira de combater estas práticas e defender os direitos da categoria é por meio da união e da mobilização da categoria. Por isso, pedimos que todos participem da Plenária Online que será realizada hoje, 23 de novembro, às 18h30. É preciso organizar uma resposta à altura à esse prefeito oportunista, autoritário e corrupto.

Clique aqui para se inscrever na Plenária Online.

Postar um comentário

0 Comentários