Em plena pandemia, Ian de Carvalho e Adriano Moreno punem trabalhadores em greve por segurança sanitária

 

Nesta sexta-feira vários trabalhadores da educação de Cabo Frio foram surpreendidos com um desfalque inaceitável em seus contra-cheques. Os profissionais que foram convocados por meio do Memorando Circular n.º 104/GAB-SEME/2020, de 24 de julho de 2020, para o retorno ao trabalho presencial nas unidades escolares tiveram neste mês seus salários descontados por terem entrado em greve em defesa da sua segurança sanitária em meio à pandemia do novo coronavírus. Tratam-se, em maioria, dos trabalhadores mais vulneráveis da categoria, os que recebem os salários mais baixos e os que estão mais expostos ao risco de contágio. A maioria deles depende do transporte público e desempenham funções de atendimento ao público. E há também docentes, que não foram convocados mas que aderiram à greve, que também sofreram descontos.

Estranhamente, apenas alguns desses trabalhadores foram penalizados. Em certas escolas não houve desconto, e não está claro qual foi o critério mirabolante usado da Secretaria Municipal de Educação (Seme) e as direções escolares para “sortear” quais trabalhadores sofreriam esse golpe. Foram penalizados até mesmo trabalhadores que tiveram suas faltas corretamente registradas nos relatórios de ponto com o código de greve. A prática remonta aos duros dias de Governo Alair Corrêa, que foi especialista em perseguir e punir trabalhadores e criminalizar movimentos grevistas.

É importante lembrar que desde maio o advogado-secretário de educação Ian Eduardo de Carvalho não responde às solicitações de audiência do Sepe Lagos. E, ao longo da pandemia, abandonou a pose de bom moço, burocrata e tecnicista, para assumir uma prática de ocultar informações (não apenas ao sindicato mas também ao Conselho Municipal de Educação, do Conselho do Fundeb e das famílias dos alunos), se negar a prestar esclarecimentos, impor medidas sem nenhuma forma de diálogo, e intensificar a política criminosa de atrasos e escalonamentos salariais.

A prática do secretário é particularmente vergonhosa pois ele é filho de um dirigente histórico da categoria, um dos fundadores do Sepe Lagos e antigo militante do Partido dos Trabalhadores (PT) de Cabo Frio. Ele tem plena consciência de que sua ação é absurda, e mesmo assim se dispõe a cumprir o papel de carrasco do Governo Adriano (DEM).

Não podemos deixar de lembrar que nenhum grão de comida foi distribuído até a presente data aos mais de 32 mil alunos da rede municipal de ensino, mesmo após liminar da defensoria pública do estado do Rio de Janeiro determinar a entrega de kits de segurança alimentar aos alunos e alunas.

Fortaleça a luta dos educadores!

Precisamos unificar a categoria e organizar nossa luta para responder à altura os muitos ataques vindos desse governo desastroso. Todas(os) à assembleia de hoje, 04/09, 14h, para juntos decidirmos sobre nossos próximos passos. Inscreva-se para participar neste formulário:

Atualizado às 15h15 do dia 4 de setembro de 2020.

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