O encontro deliberou uma série de ações para intensificar a denúncia quanto aos atrasos de pagamentos que o Governo Bonifácio escolheu impor à categoria neste início de ano ao não cancelar os empenhos de verbas “bomba-relógio” do ex-prefeito Adriano Moreno (DEM) e do ex-secretário de educação Ian de Carvalho.
Os integrantes da comissão de negociação fizeram um breve informe sobre como foi a reunião com o prefeito, cujos principais detalhes o Sepe Lagos já abordou nesta matéria. A compreensão geral da categoria é de que o prefeito está irredutível e, por algum motivo, resolveu endossar os ataques deixados por Adriano e Ian no apagar das luzes da antiga administração municipal. Dessa forma, o prefeito José Bonifácio (PDT), está optando por ser corresponsável pela penúria enfrentada pelos trabalhadores que estão sem receber seus salários de dezembro e o proporcional de 1/3 de férias, que normalmente é pago junto com o salário de janeiro.
Tudo o que o governo se dispôs a fazer, ainda que apenas tenham apresentado essa alternativa devido à pressão política do sindicato e de toda a categoria, foi oferecer um “adiantamento” dos salários de janeiro que seriam pagos, segundo promete o governo, nesta quarta-feira (20). Entretanto essa é mais uma promessa, não há nada que garanta que realmente estes pagamentos serão realizados na data anunciada. Segundo a secretária de fazenda Daniella Mendes os recursos para a liquidação e empenho destes pagamentos já teriam sido encaminhados para a Secretaria Municipal de Educação (Seme).
Foi dado ainda informe sobre a iniciativa do presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), Deputado Flávio Serafini (PSOL), que oficiou o gabinete do prefeito Bonifácio cobrando esclarecimentos sobre a situação dos pagamentos dos educadores.
Também foi discutida a ofensiva de setores empresariais do município, sobretudo de proprietários de instituições privadas de ensino que estão atuando em aliança com vereadores de extrema direita e por meio do mal chamado “Gabinete de Soluções”, para tentar impor a reabertura das escolas para a retomada de aulas presenciais. Isso, mesmo sem que os governos tenham alcançado ainda um mínimo controle da taxa de infectados e mortos pela Covid-19, que dia após dia tem feito milhares de vítimas, muitas delas entre trabalhadores da educação que estão cumprindo rigorosamente as medidas de prevenção recomendadas pelos órgãos de saúde e pela comunidade científica.
Confira abaixo algumas das principais propostas aprovadas pela Plenária:
• Intensificação da campanha contra aulas presenciais nas atuais condições e contra o calote nos salários e direitos;
• Realização de uma campanha de agitação por meio de peças gráficas impressas (cartazes e outros);
• Convocar as outras categorias de servidores públicos para retomar as iniciativas de mobilização do Comitê de Lutas Contra a Reforma a Administrativa da Região dos Lagos que tem indicativo para atividades no dia 1 de fevereiro;
• Chamar à unificação das lutas contra os calotes salariais junto a outros sindicatos e associações de servidores do município;
• Realização de uma Plenária Online de trabalhadores contratados demitidos, incluindo na convocatória os vigias;
• Oficiar a Seme de Cabo Frio solicitando esclarecimentos sobre os remanejamentos;
• Solicitar por ofício o agendamento de uma audiência online com o presidente do Ibascaf para tratar sobre a retomada do PasMed (Programa de Assistência Médica dos Servidores Municipas), algo que Bonifácio prometeu em campanha eleitoral que aconteceria ainda em janeiro deste ano, e também solicitar esclarecimentos quanto aos processos do Ibascaf;
• Resgatando depoimento de Adriano Moreno dizendo que a prefeitura em novembro tinha dinheiro para pagar os salários dezembro e ainda adiantar o de janeiro.
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