Seme de Cabo Frio impõe corte salarial contra grevistas em luta pela vida

O Sepe Lagos informa aos seus trabalhadores filiados que o Fundo de Greve da categoria será mobilizado para que os educadores não sofram com esse novo ataque do governo

Não bastasse todos os ataques contra os educadores de Cabo Frio, o advogado Ian Eduardo de Carvalho, atual responsável pela Secretaria Municipal de Educação (Seme) de Cabo Frio resolveu aprofundar o problema. Ele tomou a decisão política de descontar os pagamentos dos trabalhadores que se recusaram se expor ao risco de morte atendendo às convocatórias para o trabalho presencial nas escolas em plena curva ascendente de contaminações pelo novo coronavírus.

Sua postura demonstra um evidente alinhamento com as políticas nefastas do prefeito Adriano Moreno (DEM), que há anos impõe a tortura dos atrasos e escalonamentos salariais contra os trabalhadores da educação.

Governo Adriano criminaliza a luta dos educadores

É importante ressaltar que a decisão do secretário de descontar os salários de grevistas se dá sem que a justiça tenha feito qualquer tipo de julgamento sobre a suposta ilegalidade da greve da categoria, embora o governo tenha tomado a iniciativa de judicializá-la, preocupando-se mais em encontrar formas de criminalizar o movimento do que em respeitar os direitos dos trabalhadores de receberem seus pagamentos em dia e de terem condições de preservar suas vidas mantendo o isolamento social necessário para a prevenção da Covid-19.

Trabalho presencial sem segurança sanitária é roleta russa

Muitas unidades escolares de Cabo Frio estão caindo aos pedaços. Em 6 meses de pandemia a prefeitura não realizou absolutamente nenhuma reestruturação da infraestrutura das escolas para garantir o mínimo de segurança sanitária. E também não foram tomadas medidas claras para a higienização dos espaços das escolas para o trabalho interno durante a pandemia, seguindo os protocolos de segurança recomendados pelas instituições científicas da área da saúde, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Ou seja, o secretário Ian se coloca a disposição do governo para impor contra os trabalhadores da educação do município condições de trabalho que fazem da presença nas escolas uma verdadeira roleta russa, ameaçando a saúde e a vida dos servidores.

Socorro aos Grevistas

Frente a este absurdo, o Sepe Lagos comunica aos trabalhadores afetados pela perseguição política do secretário Ian de Carvalho e do prefeito Adriano Moreno, que fará uso do Fundo de Greve, que é um recurso financeiro do sindicato destinado a reposição (parcial ou total, dependendo das condições) de descontos de grevistas filiados ao Sepe-RJ.

Ele foi resultado de deliberação congressual do Sepe-RJ e atende a todas as redes de ensino representadas pelo sindicato no Estado do Rio de Janeiro. Os valores recebidos pelo filiado são devolvidos ao sindicato quando há o ressarcimento do desconto arbitrário dos governos.

Os profissionais da educação que tiveram os descontos arbitrários de greve feitos pelo Secretário Ian e o prefeito Adriano, no pagamento de agosto, devem preencher este formulário para solicitar a restituição salarial por meio do Fundo de Greve. Depois de preenchidos os campos, no próprio formulário o contracheque pode ser adicionado. O Sepe Lagos entrará em contato em pouco tempo para orientar o servidor de como o repasse do fundo será feito.